Gestora Perfin cria empresa de energia solar e prevê investir R$5,5 bi até 2025
17/05/2021 16h36
Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) – A gestora brasileira de recursos Perfin criou uma nova empresa focada em geração de energia renovável no Brasil, principalmente solar, com previsão de investir 5,5 bilhões de reais até 2025, disse à Reuters um executivo da companhia.
A Mercury Renew, fruto de parceria operacional com a geradora Servtec, é a mais recente aposta em energia da Perfin, que por meio de fundos tem participação em ativos de transmissão e empresas de geração distribuída solar e eficiência energética, além de fatia de 20% na comercializadora de eletricidade Comerc.
O negócio evidencia tanto o apetite de fundos de investimento por transações no setor elétrico do Brasil quanto o forte interesse despertado pelo potencial do país em renováveis.
A nova companhia terá como objetivo maior a construção de projetos solares, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste, visando a venda da produção dos parques diretamente a empresas que adquirem o suprimento no mercado livre de energia, onde atuam principalmente grandes indústrias e comércios.
A estratégia da Perfin vem enquanto investidores em projetos de geração no país passam a se voltar cada vez mais para o mercado livre, onde uma demanda crescente de empresas por energia limpa tem ajudado a fomentar negócios e viabilizar a construção de diversas usinas.
O objetivo é explorar essa avenida que a gente enxerga tanto no mercado livre quanto na geração renovável, com a descarbonização da economia”, afirmou o CEO da Mercury Renew, Pedro Fiuza.
“Não tenho dúvida de que o Sudeste concentra os principais consumidores do mercado livre, então resolvemos apostar exatamente nessa frente e desenvolver projetos solares na região”, acrescentou ele.
Os recursos para os projetos virão de captações do fundo da Perfin associado à Mercury, enquanto a empresa também pretende negociar empréstimos junto a bancos de fomento e avaliar emissões de debêntures, por exemplo.
O foco em geração solar deve-se às características mais favoráveis a esses empreendimentos no Sudeste do que para usinas eólicas, que dependem das condições de vento, embora a Mercury não descarte investir em ativos da fonte, também renovável.
Aportes em outras regiões também estão nos planos –o primeiro projeto da empresa, inclusive, é Pernambuco, no Nordeste, embora os próximos quatro sejam em Minas Gerais. Todos têm previsão de operação entre 2022 e 2024. A Mercury espera chegar a 2025 com 2 gigawatts em capacidade.
“Também temos projetos em São Paulo e Mato Grosso, mas diria que a maior parte está localizada em Minas Gerais”, disse Fiuza.
ECONOMIA UOL – 17/MAI/2021