De acordo com a vice-presidente da Corio, Sharn Ward, o montante final vai depender das regulações para o setor, em discussão no governo brasileiro. “Ainda não calculamos um valor final a ser investido, faremos isso conforme as regulações progredirem”, afirma.
Para Ward, no entanto, já é possível anunciar os projetos a partir do decreto publicado este ano pelo governo brasileiro, que indicou o início das discussões sobre o marco regulatório.
A Corio é o braço de energia eólica offshore do Green Investment Group, empresa de investimentos em baixo carbono gerida pelo banco australiano Macquarie Asset Management. Os projetos no Brasil vão marcar a entrada da companhia no continente americano. Hoje, a Corio atua principalmente na Europa e no Pacífico asiático. Com os parques brasileiros, vai ter um portfólio de mais de 20 GW.
A vice-presidente da companhia está no país esta semana para apresentar a empresa a investidores do setor. Segundo Ward, o interesse pelo Brasil se deu pelas boas condições para esse tipo de projeto no país, como a extensa costa e a possibilidade de bons ventos em regiões de águas relativamente rasas. “Vimos de maneira positiva as declarações do governo a respeito do potencial de crescimento para essa fonte e sobre o papel que pode desempenhar na matriz energética”, diz.
A executiva ressalta que é importante que o marco regulatório do setor no Brasil deixe claro quais são os requisitos para se desenvolver eólicas offshore no país e os objetivos que o governo quer que a fonte alcance.
Ao todo, a Corio e a Servtec vão desenvolver cinco parques, sendo um na costa do Ceará, um no Espírito Santo e três no Rio Grande do Sul, com capacidade instalada variando de 5OO megawatts (MW) a 12 GW cada. As empresas estão estudando juntas as oportunidades há 18 meses e já submeteram os documentos iniciais para o licenciamento ambiental dos projetos no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
“O Brasil é abençoado com imensos recursos eólicos ao longo de sua costa, o que lhe garante uma nova fonte de energia limpa, confiável e de custo acessível. Ve-mos enormes oportunidades”, disse o presidente global da Corio, Jonathan Cole, em nota.
Fonte: VALOR ECONÔMICO – 14/JUN/2022 – Ano 23
POR Gabriela Ruddy