Lauro Fiuza, fundador do Grupo Servtec, revela com exclusividade ao O POVO parceria com a
multinacional Macquarie para investimento de R$ 50 bilhões no Ceará (foto: Thais Mesquita)
O POVO revela com exclusividade os detalhes do investimento e sua relação com o hub de hidrogênio verde no Ceará.
10:14 | Mar. 18, 2022 Autor Alan Magno
O grupo Servtec, em parceria com a multinacional australiana Macquarie, em breve devem assinar memorando de entendimento com o Governo do Estado, para aplicação de R$ 50 bilhões na produção de energia eólica offshore (em alto mar) no Ceará. O documento, conforme apurado com exclusividade pelo O POVO, deveria ter sido assinado na quinta-feira, 17 de março, mas precisou ser reformulado e será oficializado em breve.
Informações foram repassadas pelo fundador e presidente do Servtec, Lauro Fiuza, em entrevista exclusiva ao O POVO na manhã desta sexta-feira, 18 de março. Conforme o empresário, a Join Venture das empresas assinará “a qualquer momento” o documento. Ele pontua que a oficialização dos investimentos foi adiada devido a necessidade de reformulações no memorando para atender requisitos dos princípios de desenvolvimento sustentável guiados pelas diretrizes de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês).
“Os grupos multinacionais são muito cautelosos antes de qualquer ação que possa impactar no ESG deles, é uma preocupação e exigência muito forte do mercado, então de certo modo esse adiamento foi bom para o Brasil aprender como se faz e se atualizar”, pontua Lauro.
Do total a ser aplicado no Estado pela parceria, a Macquarie, gigante global do segmento de energia renovável, fornecerá todo o aporte financeiro, a tecnologia e a técnica necessária para construção de parques de geração eólica em alto mar.
Em contrapartida, o grupo Servtec será responsável pelo gerenciamento do projeto no Brasil, ficando incumbido da montagem de equipe, prospecção de parcerias com outras empresas em atuação no setor no País e negociação direta com estados onde serão aplicados os investimentos.
Além do Ceará, a join venture, apelidada internamente de “projeto brigadeiro”, possui projetos semelhantes de geração de energia em alto mar no Espirito Santo e no Rio Grande do Sul.
“O Ceará lidera novamente a criação do espaço para geração criada fabricação do hidrogênio verde. Isso atrai a possibilidade de nós investirmos bastante na geração eólicaoffshore, porque a fabricação do hidrogênio verde demanda muita energia e a maneira mais fácil de produzir energia renovável para o hidrogênio verde é junto da fábrica”, detalha Lauro ao dizer que as empresas estão “bastante entusiasmadas” para os resultados do investimento em solo e mar cearense.
O empreendimento será alocado no Completo Industrial e Portuário do Pecém e terá como foco primário dos investimentos é consolidar as empresas enquanto fornecedores de insumos energéticos para as usinas e demais projetos relacionados a exploração do hidrogênio verde.
Porém, outra vertente de atuação a ser explorada com a infraestrutura construída no brasil será a exportação de energia, em especial para o mercado europeu, que anseia por uma mudança energética para romper com a dependência de combustíveis fósseis vindos da Rússia.
“O Brasil tem um potencial enorme de geração renovável. Só que não tem demanda interna pra consumir toda essa energia. Então podemos pegar esse excesso e fabricar a hidrogênio verde o que nós estaremos fazendo é exportando energia renovável para o mundo”, pontua Lauro.
Com informações de Beatriz Cavalcante.
Fonte: O POVO – 18/MAR/2022