Companhia disse ter planos agressivos para o negócio de geração distribuída, mas aguarda para saber quais serão as novas regras.
A Servtec Energia está apreensiva com o desfecho da revisão das regras da geração distribuída, pois – caso seja mantida a última proposta apresentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – uma parte importante dos projetos em desenvolvimento pela companhia perderão a viabilidade econômica, disse o presidente da empresa, Pedro Fiuza, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, nesta segunda-feira, 18 de novembro.
O que está em discussão é se os os investidores em geração distribuída devem ou não pagar pelo uso da rede elétrica, quando isso deve acontecer, qual o valor do pedágio que será cobrado para cada modalidade e como será a regra de transição.
A Servtec já implantou 950 MW em empreendimentos de energia no Brasil. Recentemente criou uma joint venture com o fundo de investimento Darby Private Equity, braço de private equity da Franklin Templeton Investments para investimento em energias renováveis. Cada sócio aportou R$ 80 milhões para criar a Darby Servtec Energia.
O papel da empresa brasileira é aportar toda a sua expertise no mercado de energia no país, enquanto o fundo tem a missão de atrair investidores estrangeiros para aplicar capital em infraestrutura no Brasil.
Em geração centralizada, a estratégia da Darby Servtec Energia é investir em fontes renováveis, olhando para os leilões promovidos pelo governo, mas principalmente às oportunidades no mercado livre. A parceria já resultou na construção de três usinas e uma quarta está em negociação no mercado livre. Os quatros projetos somam 87 MW de capacidade instalada.
Entretanto, o plano mais ambicioso da joint venture está voltado à implantação de plantas solares remotas, enquadradas na modalidade de geração distribuída. O primeiro empreendimento de 15 MW de capacidade, em Canas, em São Paulo, será energizado nos próximos dias, disse o executivo. Outros 120 MW já têm contratos negociados com previsão de entrar em operação até março de 2020. A meta da companhia é chegar a 250 MW instalados em meados de 2020.
“Poderíamos ser bem mais agressivos em GD, se tivéssemos mais clareza de como vai ficar a compensação financeira para as plantas remotas”, disse Fiuza. “A Aneel tinha feito uma proposta e depois decidiu apresentar outra. Com a nova proposta apresentada pela Aneel, uma parte importante dos projetos que estamos analisando perderá a viabilidade econômica e financeira”, revelou o executivo.
Para Fiuza, o fantasma da Medida Provisória 579/12 ainda paira no setor elétrico. “Acho que um desfecho ruim para o negócio de GD pode por em risco não só a credibilidade da geração distribuída, mas de todo o setor elétrico aos olhos dos investidores, principalmente os investidores estrangeiros”, comentou.
Clique na reportagem abaixo para saber mais sobre a revisão da Resolução Normativa 482/12.